"Um dia vou levar-te a conhecer o oceano."


Este podia ser um simples post de fim de tarde à beira mar, simples como as fotos, mas é bem mais que isso, é uma história, um presente e um "abre olhos" para as subtilezas da vida que se podem descobrir nas palavras.

Tinhamos um dia e meio para mostrar algumas coisas a um amigo que visitou pela primeira vez Portugal. A vontade de mostrar tudo é contrariada pelo escasso tempo disponível, de modo que até havia mais ou menos um plano por alto que envolvia visitar coisas históricas, e indiscutivelmente o deliciar da nossa gastronomia que era fundamental.

Conseguimos mostrar algumas coisas que sabemos que gostou, outras ficaram por ver, opções não faltavam... tentámos conciliar com uma ida à praia pelo final da tarde como gosto, e assim fizemos, mal sabiamos a grande surpresa que estava reservada para todos.

Estávamos a aproveitar o momento e deixámos o nosso amigo aproveitar o dele, só o vimos de braços abertos virado para o horizonte num momento de contemplação que não percebiamos porque estava a ser tão especial... afinal é mar, horizonte, praia, areia e pouco mais, achámos nós...

Foi quando ele partilha que nunca tinha visto o oceano mesmo sendo natural de uma zona costeira (mar). Ficámos segundos a processar qual seria a diferença... são aquelas subtilezas, aqueles pormenores que deixamos escapar mas que instantes depois percebemos que existe diferença sim. Mas não ficou por aqui, neste dia demos uma das maiores alegrias na vida do nosso amigo. Com a nossa simplicidade de estar realizámos, e sem saber, uma promessa que o pai do nosso amigo já não foi a tempo de comprir com ele: "Um dia vou levar-te a conhecer o oceano.".

Missão comprida foi o que comentámos quando chegámos a casa e estivemos a analisar se poderiamos ter feito melhor no tempo em que o nosso amigo por cá esteve. Mas tenho consciência que uma outra alegria foi mesmo estar connosco no nosso modo mais natural possível.

Num fim-de-semana já depois das férias de Verão foi um pouco complicado largar tudo, ainda que para perto, tentar relaxar e encontrar com ele. Coisas a correr menos bem, má disposição por falta de descanso, uma noite com má experiência de alojamento, altas temperaturas, e o chegar no final do fim-se-semana mais cansados do que quando partimos. Contudo são histórias como esta, para a vida, que fazem valer tudo a pena, afinal de contas a Amizade é do melhor que levamos daqui como se costuma dizer.

Tinha que vir aqui hoje escrever algo de bom, de palpável, uma memória para pelo menos por instantes me tirar de um estado de sombra... a fotografia e a escrita continuam a ser uma terapia para mim, a amizade um pilar e a música sugerida um libertar de emoções contidas.




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Dreams and visions
by Tony Anderson